O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa
Trabáio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de páia de mío
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô
Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu sei o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá
Meu verso rastêro, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão
Só canto o buliço da vida apertada
Da lida pesada, das roça e dos eito
E às vez, recordando a feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito
Eu canto o cabôco com suas caçada
Nas noite assombrada que tudo apavora
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora
Eu canto o vaquêro vestido de côro
Brigando com o tôro no mato fechado
Que pega na ponta do brabo novio
Ganhando lugio do dono do gado
Eu canto o mendigo de sujo farrapo
Coberto de trapo e mochila na mão
Que chora pedindo o socorro dos home
E tomba de fome, sem casa e sem pão
E assim, sem cobiça dos cofre luzente
Eu vivo contente e feliz com a sorte
Morando no campo, sem vê a cidade
Cantando as verdade das coisa do Norte
Patativa do Assaré – Antônio Gonçalves da Silva
Sou fio das mata, cantô da mão grossa
Trabáio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de páia de mío
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô
Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu sei o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá
Meu verso rastêro, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão
Só canto o buliço da vida apertada
Da lida pesada, das roça e dos eito
E às vez, recordando a feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito
Eu canto o cabôco com suas caçada
Nas noite assombrada que tudo apavora
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora
Eu canto o vaquêro vestido de côro
Brigando com o tôro no mato fechado
Que pega na ponta do brabo novio
Ganhando lugio do dono do gado
Eu canto o mendigo de sujo farrapo
Coberto de trapo e mochila na mão
Que chora pedindo o socorro dos home
E tomba de fome, sem casa e sem pão
E assim, sem cobiça dos cofre luzente
Eu vivo contente e feliz com a sorte
Morando no campo, sem vê a cidade
Cantando as verdade das coisa do Norte
Patativa do Assaré – Antônio Gonçalves da Silva
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